“Uma dose de
cada, por favor!
E a
existência pra quem fica?
Conflitos.”
Como começar
melhor do que com o começo, o começo de tudo? Dia 25/08/10, Gabriela Raimann, colega,
amiga, me mandou esses versos.
Era uma brincadeira. Bobagem. Havia perguntado se preferia a
“Razão ou a Emoção”, um dos temas da redação de um vestibular.
Mas a velocidade dos versos, o abismo entre eles pararam
na minha cabeça. Ou melhor: se movimentaram. Esse foi o epicentro da minha
ânsia de escrever. Ânsia essa que vem e vai. Como se estivesse num barco. Ou num carro. O lugar não importa. Só espero que esse movimento nauseante não passe. Pelo menos não agora.
Abaixo um dos poemas-frase dela. Pertinente ao momento.
“Escrever é desabafar de si pra si mesmo com toda
inconsciência consciente piscando dentro de ti. Refugiar-se é uma forma boa de
se defender apoiado em alguma coisa invisível que finge nos sustentar. Somos
fracos num mundo de fortes. A buzina atordoa, os sapatos se pisam e o movimento
distrai. Parece cenário tudo aquilo que se sente e o chão que se pisa é a vida
real. Quando algo te borra, chora. Ora. Implora. Nada mais importa. O céu vira
chão e se fica no ar sem flutuar. Sufocante, mas a fortaleza da vida é senti-la
intensa. Agradeça ou refugia-te. Como eu.”
Gabriela Raimann
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