quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Espelho da Alma



Acordo. Robótico.
Terror sufocante.

Percebo fios conectados em mim
De várias cores e tamanhos.
Tenho de arrancá-los. [Tenho?]
Mas e se forem meus? [Algum é meu?]
E os dos outros, arranco? [Que outros?]
Agora estão todos emaranhados.

Conflito interno. [Enterro?]
[Não posso. Mas algo me diz que erro.]
Penso. [Sou eu pensando?]
Reflito. [Sou eu refletindo?]
- Quem sou eu?
[Quem está perguntando?]
Abiogênese de interrogações
Mas nenhuma resposta.
Insisto. Desisto. [Ciclo] [Reciclo]

E me assusto:
Alguns fios se desconectam.
Finalmente, a verdade é revelada.
O propósito das perguntas
É a própria pergunta:
A dúvida é a própria libertação.

Respiro aliviado.
Durmo. Humano.

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